**Transportes em São Paulo:
Usar os públicos ou privados??**
Por Camila Serrano
Carros próprio, táxi, ônibus, trólebus, metrô, trem, quais destes serão os mais vantajosos nos dias de hoje e no horário de pico? É lamentável dizer que nenhum. Não possuem nem ao menos estrutura adequada para circulação!
Os carros possuem, para aqueles que podem, ar condicionado, bancos confortáveis e até uma “musiquinha”. Mas o que dizer dos caóticos engarrafamentos que aconteciam antigamente nos horários de pico, e agora não têm mais horário, nem para tentar se programar diferente. Acompanhados do stress do “anda-pára”, vem a poluição que acaba com qualquer pulmão e visão. Além da violência que não fica imune nem aos vidros fechados que são rompidos com velas quentes e pedras ou até mesmo um tiro.
Ônibus. Aahh! Já se foi o tempo que os corredores de ônibus eram eficientes e te davam uma garantia de chegar ao seu destino no horário programado! Agora existem tantos e tantos ônibus nos corredores, junto ainda com os táxis, que só o volume deles já forma um engarrafamento. Sem contar o engarrafamento interno, onde se disputa um espaço no chão para ficar de pé, um pouquinho de ar para respirar em meio ar abafado, e os assentos, considerados milagres quando se consegue sentar em um. Na hora de sair, esteja pronto pra andar de volta 2 pontos de distância de onde você deveria ter descido.
Os trólebus são ônibus que além dos mesmos problemas ainda têm o da falta de energia e o mal estado de conservação, além da limitada mobilidade que chega a atrapalhar o trânsito.
Metrôs! Transporte do futuro, com ar condicionado, rapidez de um ponto a outro, sem trânsito, conforto e mais seguro. Mera ilusão!! No horário de pico, o metrô também anda e para o tempo todo por causa da quantidade de trens em movimento, você mal consegue respirar quanto mais sentir o ar condicionado. Tem mais pessoas por metro quadrado do que a Física jamais viu e segurança duvidosa.
Já os trens, nem se fala! Cadê o luxo que era esse transporte na época colonial, com super conforto, alimentação a bordo e que passava por lindas paisagens? Esse mesmo se popularizou e conseguiu se transformar em algo pior que os metrôs atuais, com trens em estado de infra-estrutura insustentável, sem ar condicionado, com atraso dos horários, fora os que param de funcionar no meio do caminho, sem contar com o comércio ambulante e descarado que te incomoda a cada parada.
O que fazer depois de tanta injustiça e catástrofe trazida por meios de transporte que deveriam ser a solução para a população? Desistir? Jamais! Temos que continuar lutando e fazer o governo enxergar o quanto esse mal é uma obrigação deles curar! A melhora já começou a passos lentos. Quem sabe com paciência, um dia, quem sabe até a Copa do Mundo, chegaremos lá!
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**Quer uma carona?**
Por Renata Frizzarini
Você prefere encarar horas de filas entre check-in, imigração, embarque, espera de bagagens num aeroporto ou talvez pegar um ônibus na rodoviária lotada com outras inúmeras filas e horas de atraso, pois, com o trânsito na cidade está impossível de cumprir com qualquer horário?
Isto sem falar no sufoco que é se deslocar todos os dias de casa para o trabalho e do trabalho para casa em horários de pico nas grandes cidades, afinal, o transporte público de metrô, trem e ônibus não são suficientes para nossa população, de forma que milhões de pessoas optam por ir a seus destinos em seus carros, gerando congestionamentos intermináveis e poluição, inclusive sonora. Um exemplo está no último dia 04 de abril onde a cidade de São Paulo registrou 157 quilômetros de vias congestionadas, figurando como o novo recorde do ano. Agora me responda: é este tipo de conquista que esperamos de uma cidade tão grandiosa? O que buscamos aqui é qualidade de vida?
Cada dia que passa, locomover-se nos grandes centros urbanos vem se transformando em uma missão mais difícil. Já temos congestionamentos infindáveis dentro e fora do horário de pico, a medida de controle de placas por rodízio já não alivia o caos no trânsito por excesso de automóveis, as faixas reversíveis já se encontram tão congestionadas quanto as normais... E o cidadão como fica? Parado! No trânsito! De vidros abertos ou fechados, com o som de músicas ou com o ronco dos motores vizinhos, com ou sem medo de ambulantes ou outras pessoas que se acercam a cada parada nos semáforos, se cansando e se estressando a cada ida e vinda de compromissos.
Ir de bicicleta para muitos é uma boa opção, além de benéfica para a saúde, sustentável para o planeta, mas as condições de segurança e ausência de ciclovias tornam este meio de transporte totalmente inviável.
E na hora de viajar, quem tem a possibilidade de optar pelo transporte aéreo já encontra problemas nas intermináveis filas de check-in, ao passar por elas depara-se com as temíveis filas para passar pelo raio-x, por falta de profissionais orientando, organização e muitas vezes até de boa vontade, os passageiros ficam à mercê nas filas... Pensa que acabou? Não. Muitas vezes ainda os aeroportos não têm estrutura e sofrem uma administração indisciplinada da INFRAERO.
Aeronaves demoram a taxiar, por falta de pistas principais, auxiliares ou mesmo de equipamentos, e até de pessoal qualificado, sem mencionar as vezes a demora que é esperar um ônibus que nos levará ao avião.
E no desembarque? Já pensou em ficar sem sua mala? Ou ela chegar quebrada? E quem já passou pelo desespero de ter uma semana pela frente e sua mala chegar molhada com água de peixe que vazou de um isopor de outro passageiro? Deixa eu adivinhar, você está pensando que se formos analisar tudo isto desistimos da viagem.
Então vamos falar de navios, é, os navios. Os mares e oceanos são bem grandes, não teremos problemas de trânsito, nem de segurança, pois não temos delinqüentes a cada semáforo. Ok, encontramos a solução: vamos de navio! Mas, antes valem algumas observações (alguém deve estar pensando em me estrangular!). Desde o início das navegações existem os famosos piratas, hoje eles não são vikings, e nem necessariamente trazem bandeiras pretas com caveiras, mas sim, eles ainda existem, roubam inúmeros navios cargueiros, mas também já fazem alvo navios de passageiros. Saqueiam, roubam, e às vezes matam, inclusive em iates e barcos de menor porte. E a estrutura? Hoje possuímos em todo território brasileiro apenas 44 portos, sendo que apenas 2, isto mesmo, apenas Santos e Rio de Janeiro, possuem instalações adequadas para passageiros. Nenhuma cidade do Nordeste, que é um dos principais destinos turísticos de turistas de cruzeiros, possui terminal de passageiros (fonte: Portal Brasil, http://www.portalbrasil.net/brasil_transportes.htm). Bom, este não é o problema, o ser humano tem grande capacidade de se adequar e consegue desembarcar em portos que não lhe sejam confortáveis. Que tal então lembrarmos dos últimos casos de pessoas intoxicadas por alimentos ingeridos à bordo? Parece que a vigilância sanitária brasileira está falhando em algum ponto, não acha?
Resumidamente, o fato é único: o Brasil tem pela frente a grande missão de sediar as Olimpíadas e a Copa do Mundo, mas não está pronto para transportar com qualidade e segurança sequer seus próprios habitantes e menos ainda os turistas que atualmente recebemos. Existem projetos caminhando a lentos passos de melhorias nos transportes públicos, mas será realmente que eles virão até 2014? Ou será que em 2013 alguém vai se lembrar que no ano seguinte teremos o mundo voltando os olhos para nosso país e resolverá fazer tudo às pressas com gastos exorbitantes e o dinheiro que deveria ser revertido para saúde, segurança e educação será jogado pelo ralo para pagar o atraso? Vamos abrir o olho que o problema está além do que parece ser e muito além do ir e vir do nosso trabalho.
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